15 junho, 2014

MEMÓRIA SELETIVA


Dentre alguns mitos desenvolvidos pela minoria que usufrui o que é gerado pela maioria – como, por exemplo, a teoria na prática é outra – temos um muito difundido e acreditado em Pindorama: o brasileiro não tem memória. E o brasileiro, em geral, quase chega a ter prazer nesta crença, pois, como não tem memória, não pode ser responsabilizado pelos seus atos. Obviamente, alguém ganha com isto. Mais óbvio ainda, embora boa parte da população prefira não perceber, é que a minoria é quem ganha.
As reações em relação à abertura da COPA DO MUNDO DE 2014, realizada no Brasil, confirma uma tese: o brasileiro tem, sim, memória; a questão é que esta memória é seletiva. Alguém ou algum grupo, em algum lugar, controla o seletor do que deve fazer parte memória da memória do brasileiro. Escolhe o que deve ser lembrado ou eclipsado. Em "1984", GEORGE ORWELL trata desta questão. Sem querer provocar e já provocando, os fãs do BBB sabem quem é Orwell?
Que a cerimônia de abertura foi chinfrim, fica difícil de discordar. Porém, bradar aos quatro ventos que teríamos o maior espetáculo da Terra caso tivessem contratado algum Joãozinho Trinta ressuscitado, é mergulhar de vez nas sombras que pululam no fundo da CAVERNA PLATÔNICA. Vejamos algumas razões?
1. Uma razão estrutural: como ficaria o gramado onde, a seguir, seria realizado o jogo inicial do torneio?
2. Uma razão cultural: o Brasil dispõe de outros cenógrafos, diretores e coreógrafos além dos que brilham na avenida.
3. A cerimônia tinha, por força de contrato, que obedecer ao Padrão Fifa, por pior que ele seja.
Neste ponto do papo, sugiro que se compare a abertura desta copa de 2014 com a de 2006, que ocorreu na Alemanha, país considerado por muitos como exemplo a ser seguido, apesar dos feitos da Siemens & ACMelhados. Experimente à vontade e tempere a gosto.


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